sexta-feira, 25 de maio de 2012

Esperar é Caminhar - Gesiel Leachi




A dúvida é o preço da pureza, isso é uma das coisas que as pessoas dizem sobre a dúvida.
Mas nem sempre eu acredito no que as pessoas dizem. As pessoas dizem, na dúvida faça isso,
na dúvida faça aquilo, ou simplesmente na duvida não faça nada.
Muitas pessoas fogem porque acreditam que a dúvida incomoda. Pra mim ela sempre foi uma constante,
muitas coisas continuarão ser um mistério e com ela eu aprendi que quando espero eu caminho.
Ao longo da caminhada você pode descobrir que o motivo da dúvida é porque você quer ser o centro
de tudo, e isso é errado. Sim, ainda existe certo e errado onde todos relativizam tudo, ainda existem valores
e princípios. E quando você quer ser o centro e acha que tudo deve ser girar em torno dos seus prazeres e da sua vida, você perde a beleza do caminho e a beleza da sua própria vida.
Muitas vezes os nossos problemas e duvidas existem simplesmente porque estamos com o foco de nossas
vidas em coisas erradas.
Sinceramente eu espero que você pense sobre isso para que ao longo do caminho você saiba onde quer chegar e veja as lindas paisagens que não contemplaríamos se nós fossemos o foco ou tivéssemos  fugido da dúvida.
A razão de alguma das minhas maiores certezas é a duvida, esperando eu aprendi que posso chegar longe, e ver coisas que eu nunca imaginaria, simplesmente porque vi que não deveria ser o centro do meu próprio mundo.
Quando espero eu tenho duvidas, mas esses questionamentos fazem parte do caminho.
Eu sei em quem espero e isso me dá esperança porque sei que apesar de estar esperando com ele eu caminho.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

# Meninisse


Não reconhecer a qualidade dos outros, é uma declaração explicita de meninisse. Você é menino, em corpo de homem velho. Tanto que essa palavra incomoda você. Porque quem cresce, amadurece, não está nem ai pra vida de ninguém. - BARRETO, Neil.


# Você é o acúmulo


Vale a pena compartilhar esse texto !!!


Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos… Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. … E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. — Caio Fernando Abreu.