quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Ontem hoje era ano que vem


É de frente ao espelho que eu percebo o quão rápido o tempo corre.
Não só corre, mas com o tempo o tempo aprendeu voar e levar consigo quem não deveria se quer pensar em ir embora.
Passo pelo espelho algumas vezes durante o dia.
Vez ou outra me apego pensando na vida frente à frente com o espelho.
Muita coisa ficou no calendário antigo.
O espelho testifica as minhas mutações. 
Tanto é que às vezes confundo o reflexo dele comigo.
Ontem hoje era ano que vem, moça. 
Ontem eu sonhei com você e também sonhei com um hoje diferente.
O ano dobrou, o calendário mudou, o amanhã que eu sonhei não chegou.
Diferente do calendário, pouca coisa mudou. 
Ontem eu quis que hoje fosse diferente.
Quis não pensar mais, não me importar, quis ir aos lugares e não te procurar em cada detalhe.
Quanta ilusão.
Por incrível que pareça em todos os lugares que fui, eu te encontrei. 
Tudo me lembra você. Malfadado tempo que vivo longe de você.   




César Felipe Costa
* crônica escrita na madrugada do dia 31/12/2013 para 01/01/2014