sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O primeiro clamor da cruz - II


Nosso bendito Redentor perseverou em oração quando o ferro cruel rasgava seus nervos sensíveis e os repetidos golpes do martelo abalavam todo Seu corpo em agonia; e essa perseverança é explicada pelo fato dEle ter um hábito tão profundo de orar que não podia
deixar de fazê-lo; Ele havia adquirido uma poderosa constância na intercessão que o impedia de desistir ou parar. As longas noites que Ele havia passado nas colinas frias da montanha em solidão, as abundantes palavras que elevava ao céu, desenvolveram nEle um hábito tão enraizado que nem mesmo os mais severos tormentos podiam sua força deter.
No entanto, era algo mais que um hábito. Nosso Senhor batizado no espírito de oração; vivia nesse espírito e esse espírito vivia nele; chegando a ser um elemento de Sua Natureza. Ele era como uma especiaria preciosa que ao ser ferida não deixa de exalar seu perfume e que produz em maior abundância e medida que os golpes aumentam, pois sua fragrância não é uma qualidade externa e superficial, mas uma virtude interior e essencial da sua natureza, que é revelada mais e mais pelos golpes sobre seu corpo e que revelam a secreta doçura de sua alma.
Como um feixe de mirra produz seu aroma e como os pássaros cantam porque não podem fazer outra coisa, assim também Jesus ora. A oração cobria sua própria alma como se fosse um manto, e seu coração aparece vestido dessa maneira. Eu repito que esse deve ser o nosso exemplo e não devemos cessar de orar nunca, em nenhuma circunstância, por mais severa que seja a tribulação e por mais deprimente que seja uma dificuldade.



* excerto do sermão: O primeiro clamor da cruz _ CH Spurgeon

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