quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vereda de Milagres

               Há algum tempo atras o Senhor ministrou em meu coração o desejo de escrever um livro. A ideia seria que o conteúdo dele fosse histórias reais, mais especificamente testemunhos de vida, com relatos de milagres. Infelizmente, por indisponibilidade de tempo, não pude me dedicar a esse projeto como deveria. Porém, colhi alguns desses relatos, dentre eles com meu Tio José Maria Costa Filho. O texto a seguir é um exceto desse relato. Narra o dia em que meu bisavô entrou no céu e logo depois faleceu. Veja como o Senhor trata os seus servos fiéis. 


A entrada do meu avô no céu 

"Quando chegar ao céu, verei ali três coisas impressionantes: a primeira será encontrar muita gente que não esperava ver ali; a segunda será não encontrar muita gente que esperava ali encontrar; e a terceira e mais maravilhosa de todas será encontrar a mim mesmo ali"  (John Newton)

             Num ano cinzento de minha vida meu avô materno apareceu lá em casa e logo soubemos que ele estava muito doente. Vovô era muito crente e partir daí nossa casa vivia cheia de gente para visitá-lo e confortar a minha mãe. Morávamos no prédio da escola. Fomos alojados lá, pois onde era nossa casa foi invadido pela água da enchente das chuvas. O rio Tietê apesar de bondoso, não perdoava as pessoas da nossa região que viviam perdendo plantações por causa das enchentes. Naquele ano perdemos tudo o arroz. 

             No início de março meu avô piorou. Numa manhã ele pediu para  minha mãe leva-lo para fora de casa. Então ela o apoiava de um lado e o irmão Benigno do outro, então o levaram. Acompanhei tudo em todo o trajeto deles. Chegando no quintal ele pediu para que o soltassem e com isto aspirou, em seguida expirou  o ar e disse estendendo suas mãos largas pra um lado e depois para o outro, disse: Que casas lindas! Que lugar maravilhoso!

               Estendeu os braços de volta para seus acompanhantes, minha mãe e o irmão que o levaram de volta na cama. No caminho de volta minha mãe chorava em soluços e aos berros. Foi angustiante aquela cena. Quando o colocaram na cama e no momento seguinte ele suspirou. Foi embora o meu querido vovô. O que se seguiu foram mais cenas de horror entre os vivos, pois minha mãe talvez por desconhecer o destino de quem partia e pela grande perda que ocorria chorava  e chorava muito. Além de com lenços tentar estancar o sangue que jorrava da boca de meu avô. Só o irmão Benigno dizia: Calma pessoal, calma irmãos ela está com o Senhor! Mas ele também chorava. 

             Mais tarde pude entender o choro suave do irmão que falava em línguas estranhas. É que ele viveu uma experiência de alguém que narrara sua entrada nos lugares celestiais. Foi isto que meu avô falou lá no pátio enquanto pediu para que o soltassem.

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