A entrada do meu avô no céu
"Quando chegar ao céu, verei ali três coisas impressionantes: a primeira será encontrar muita gente que não esperava ver ali; a segunda será não encontrar muita gente que esperava ali encontrar; e a terceira e mais maravilhosa de todas será encontrar a mim mesmo ali" (John Newton)
Num ano cinzento de minha
vida meu avô materno apareceu lá em casa e logo soubemos que ele estava muito
doente. Vovô era muito crente e partir daí nossa casa vivia cheia de gente para visitá-lo e confortar a minha mãe. Morávamos no prédio da escola. Fomos alojados lá, pois
onde era nossa casa foi invadido pela água da enchente das chuvas. O rio Tietê
apesar de bondoso, não perdoava as pessoas da nossa região que viviam
perdendo plantações por causa das enchentes. Naquele ano perdemos tudo o arroz.
No início de março meu avô piorou. Numa manhã ele pediu para minha mãe leva-lo para fora de casa. Então ela o apoiava de um lado e o irmão
Benigno do outro, então o levaram. Acompanhei tudo em todo o trajeto deles. Chegando
no quintal ele pediu para que o soltassem e com isto aspirou, em seguida
expirou o ar e disse estendendo suas
mãos largas pra um lado e depois para o outro, disse: Que casas lindas! Que lugar
maravilhoso!
Estendeu os braços de volta
para seus acompanhantes, minha mãe e o irmão que o levaram de volta na cama. No
caminho de volta minha mãe chorava em soluços e aos berros. Foi angustiante aquela
cena. Quando o colocaram na cama e no momento seguinte ele suspirou. Foi embora
o meu querido vovô. O que se seguiu foram mais cenas de horror entre os vivos,
pois minha mãe talvez por desconhecer o destino de quem partia e pela grande
perda que ocorria chorava e chorava
muito. Além de com lenços tentar estancar o sangue que jorrava da boca de meu avô.
Só o irmão Benigno dizia: Calma pessoal, calma irmãos ela está com o Senhor! Mas ele também chorava.
Mais tarde pude entender o choro suave do irmão que falava
em línguas estranhas. É que ele viveu uma experiência de alguém que narrara sua
entrada nos lugares celestiais. Foi isto que meu avô falou lá no pátio enquanto
pediu para que o soltassem.
É realmente maravilhoso, Glória a Deus, o Altíssimo!!
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